Eu tinha meu trabalho, minha família e minha vida espiritual dentro de um trabalho de umbanda. Agora era administrar isso tudo e seguir em frente.
Sempre atenta e de prontidão, eu me preparava para mudanças a qualquer instante, visto que minha vida fora feita de muitas mudanças e não seria diferente a partir daquele momento.
Tudo seguia sob controle, até certa tarde quando Dona Odila pediu que eu fosse com ela ao banco falar com o gerente, precisava descontar algumas duplicatas .
Entramos no banco e fomos direto em direção a mesa do gerente, que nos recebeu amigavelmente, fez os papéis para o desconto e nos ofereceu um seguro de de vida, deixando claro que isso facilitaria muito os próximos descontos além de aumentar o limite de crédito da empresa.
E lá estava eu, mais uma vez entrando em um mundo (agora dos negócios) totalmente desconhecido para mim, já que o financeiro não era minha área de atuação.
Quando chegamos em casa, a Dona Odila começou a chorar copiosamente, o que me deixou muito surpresa pois eu a conhecia muito bem e sabia da sua força e posicionamento.
Penalizada, percebi que o que estava acontecendo algo e era muito sério, assim sugeri que fôssemos tomar um café em algum lugar e conversar.
Ela me contou que a algum tempo vinha descontando duplicatas, já que o dinheiro não estava sendo suficiente para pagar as contas da empresa. Disse também que estava sem dormir, não comia direito, que eles nunca viveram uma situação como aquela e já não sabia mais o que fazer.
Ela não havia compartilhado a situação com mais ninguém, vinha carregando tudo sozinha e eu me propus a ajudar, mas para isso precisava aprender tudo sobre a forma com que ela vinha administrando o negócio da família.
Para fazer esse trabalho, que se não me engano hoje se dá o nome de consultoria, eu precisava ir fundo nas contas da empresa e investigar tudo o que estava se passando.
Nessa época Dona Odila tinha uma funcionária bem jovem que era seu braço direito e que resistiu fervorosamente a minha presença, dificultando em muito meu trabalho, já que era ela quem tinha controle sobre todos os movimentos bancários da Dona Odila, chegando ao ponto de assinar os cheques com o conhecimento e autorização dela …