O compromisso que assumira comigo mesma de ir ao centro espírita, se tornou um prazer e uma grande alegria depois que descobri a fórmula de sentir, permitir e reassumir o comando.
Tudo foi conduzido de uma maneira delicada e respeitosa.
Como eu não era mais atração desde que havia parado com o choro convulsivo, as pessoas já não prestavam atenção em mim, portanto estas experiências estavam acontecendo sem ninguém perceber.
Algumas semanas depois, resolvi perguntar a minha líder espiritual qual era a explicação para o que estava ocorrendo comigo. Ela me explicou que era uma incorporação, que estas coisas não tem explicação e que elas simplesmente acontecem.
Agradeci, fui para perto do altar, que agora eu sabia que se chamava congá, relaxei e esperei os braços ocuparem seu lugar na minha cintura. Ao invés disso, eles permaneceram ao longo do corpo e como se fosse uma holografia, vi sair de dentro de mim a imagem de uma mulher morena, como já relatada a vocês em capítulos anteriores.
Sempre que a via, ela estava como naquele momento, fora do meu corpo e me guiando de alguma forma. Na maioria das vezes sinalizando para segui-la.
Nessas ocasiões eu me via sonâmbula, mas agora eu estava completamente lúcida e com a imagem dela ali, materializada diante dos meus olhos.
Ela se virou de frente para mim, e com um sorriso manso no rosto moreno colocou as duas mãos na cintura. Entendi o que ela estava dizendo, que sempre fora ela. Antes e agora. Ao longo da minha vida inteira. Dentro e fora de mim.
Eu precisava entender, estava pronta para saber, eu precisava saber…