Certo dia chegou em casa um senhor que se apresentou como assessor de um certo deputado.
Disse que ouviram falar de mim, de meu trabalho assistencial, e que o deputado queria me conhecer.
Fiquei surpresa por tudo, mas principalmente por chamarem meu trabalho de assistencial, já que eu nunca havia pensado nele dessa maneira, pois como tudo em minha vida, fazia apenas por amor e inspiração.
Quando ouvi aquela forma de expressão, me pereceu que estavam profissionalizando a minha vida.
Trocamos os números de telefone e dali alguns dias eu estava na sala de espera do senhor deputado, curiosa sobre o que ele pretendia.
Depois de uma longa espera ele me atendeu.
Ao entrar no gabinete, observei um saco enorme cheio de bolas e duas cadeiras de rodas ainda embaladas.
Nos cumprimentamos e ele fez sinal para eu me sentar.
Começamos uma conversa informal, ele perguntou sobre minha vida, o que eu fazia, minha família, coisas assim.
Passada as apresentações, eu disse claramente que não tinha idéia do porque havia sido chamada, qual o motivo de querer me conhecer, perguntei também como ele soubera da minha pessoa.
Passada as apresentações, eu disse claramente que não tinha idéia do porque havia sido chamada, qual o motivo de querer me conhecer, perguntei também como ele soubera da minha pessoa.
Ele disse que vira no telejornal a entrega dos peixes, e que essa ação havia despertado o interesse em me ajudar.
Em determinado momento da conversa e sem entender der onde ele queria chegar, pedi que o fosse mais claro e me dissesse qual era a idéia dele.
Ele começou a dizer que gostava do trabalho assistencial que eu realizava, e que também se preocupava com as pessoas carentes, e neste momento apontou para o saco de bolas e para as cadeiras de rodas, como se fossem provas do que dizia.
Eu estava achando tudo muito esquisito e de repente algo internamente me mostrou o que eu deveria ver.
Ele disse que poderia arrumar dinheiro para as minhas obras, essa foi a palavra que ele usou naquele momento, e que para isso, eu deveria apenas registrar o meu grupo como igreja, dando recibos nos valores que ele determinasse, assim eu o ajudaria na campanha política de seu partido. Sinceramente não me lembro sequer qual era o partido.
Senti uma energia diferente vinda do meu eu mais profundo.
A princípio senti uma profunda tristeza, mas eu precisava dizer alguma coisa e teria que ser naquele momento.
Disse que entendia que ele havia feito o cálculo de quantas pessoas eu havia atingido com a entrega dos peixes, afinal, foram toneladas entregues em um único dia para pessoas que em sua maioria sequer tinham geladeira, e que portanto, o interesse não era no quanto ele poderia fazer pelas minhas causas, mas o quanto eu poderia fazer para ajudar nas coisas não muito dignas que ele realizava.
A princípio senti uma profunda tristeza, mas eu precisava dizer alguma coisa e teria que ser naquele momento.
Disse que entendia que ele havia feito o cálculo de quantas pessoas eu havia atingido com a entrega dos peixes, afinal, foram toneladas entregues em um único dia para pessoas que em sua maioria sequer tinham geladeira, e que portanto, o interesse não era no quanto ele poderia fazer pelas minhas causas, mas o quanto eu poderia fazer para ajudar nas coisas não muito dignas que ele realizava.
O tal do deputado mudou de cor e mudou também o rumo da conversa.
Terminou por chamar o assessor e pedir para que ele me acompanhasse dizendo: – Infelizmente não tem nada que eu possa fazer por essa menina, ela tem pouca experiência de vida.
E literalmente me colocou para fora de seu gabinete enquanto se dirigia ao assessor…
Terminou por chamar o assessor e pedir para que ele me acompanhasse dizendo: – Infelizmente não tem nada que eu possa fazer por essa menina, ela tem pouca experiência de vida.
E literalmente me colocou para fora de seu gabinete enquanto se dirigia ao assessor…