Quando retornamos a São Paulo, fomos nós adaptando a nova situação financeira do país, tanto nós, como aqueles que tiveram forças para prosseguir, fomos com dificuldade vivendo uma outra realidade financeira.
Na chácara quando as pessoas chegavam, tomavam susto com o que eu fizera. Tinham dificuldade em acreditar que eu fizera todas aquelas mudanças sozinha.
Até eu mesma muitas vezes me espantava. Isso porque agora de fato tínhamos espaço, e lá deixou de ser um barraco, para se tornar uma casinha feita de sucata de madeira.
O Betão tinha habilidade com madeira e também ficou surpreso, estávamos os dois falando sobre pregos e martelos, quando a Carol que estava na rede ouvido nossa conversa disse:
– já que vocês entendem tanto de fazer casa, não podem fazer uma só para mim?
Rimos e depois pensamos que seria possível sim, minhas filhas sempre tiveram suas caminhas para brincar, e desde que vendemos a casa de Arujá estavam sem.
Pensei que seria muito bom construir uma casinha de madeira para elas brincarem.
No dia seguinte eu e o Betão já estavamos projetando à casinha, seria um chalé com dois andares e altura suficiente para um adulto ficar em pé.
Demoramos dois meses para construir o chalezinho. Como o Betão estava sem trabalho, ele ficou na chácara e fazia o que dava para ser feito sozinho, já nos finais de semana, eu juntava minha força de trabalho e assim, quando ficou pronto fizemos uma festa de inauguração.
Acreditem, o chalé tinha até terraço no andar de cima e de baixo, e acomodava sete pessoas.
Este chalé durou muitos anos e nos serviu muito, mas sempre sendo respeitado como “o chalé da Carol”.
No dia da inauguração do chalé, o Saturnino passou mal e o João maior o levou a Santa Casa de Piracaia, e de lá ele voltou para São Paulo.
Depois de deixado em casa, dispensou o João e não permitiu mais que ele voltasse dali em diante.
Na época, para nós, era difícil a comunicação, e assim só soube de tudo no domingo quando do voltei a São Paulo.
Eu estava cada vez mais preocupada com a saúde do Saturnino…