Nosso espaço para os trabalhos espirituais ficou pequeno, pois a essa altura já havíamos tido algumas festas de entrega de faixa, e naquele momento, tínhamos outras pessoas preparadas para ajudar a dar consultas.
Entre elas estavam o Sé e a Jaqueline, também o Betão (que não queria dar consulta apenas passe), o Joaozinho e outros que agora não consigo recordar.
Como tínhamos uma quantidade considerável de consulentes, nas festas de entrega de faixa alugávamos o salão do Vasquinho, na Rua da Mooca.
E lá estávamos nós, em mais um momento de festa da faixa. Como já disse em algum capítulo anteriormente, não era da mesma forma que fazemos hoje, anualmente, a entrega acontecia no momento em que a pessoa estivesse pronta.
O Roberto Saturnino estava visivelmente melhor, logo, poderia também participar da festa, o que o deixou extremamente feliz e animado.
O Sé vinha aos poucos pegando os toques dos Orixás, e foi ensinando para aqueles que tinham interesse em tocar, e como nós já tínhamos um ritual que havia sido repetido algumas vezes, resolvemos que ele seria oficializado como: O ritual da entrega da faixa de sete cores.
Os tambores anunciaram que o ritual iria ser iniciado.
Os afiliados entraram conduzidos por seus padrinhos, receberam a cura e as faixas, que foram colocadas em suas cinturas pelo padrinho, e nesse momento o toque para todos foi ouvido no salão, emocionando os presentes.
As cocadas, que haviam sido feitas na noite anterior, eram distribuídas pelas mãos da Jerusa, além da água de coco gelada, oferecida em cuias feitas de casca de coco enfeitadas com búzios.
Em um determinado momento da festa, o Amauri veio me avisar que a mamãe estava me chamando e que era urgente.
Eu morava na esquina, assim, em questão de minutos eu estava diante da mamãe, que contendo as lágrimas me disse que uma das filhas do papai havia ligado, avisando que ele acabará de morrer…