Saímos caminhando pela cidade. Chegando ao centro, conheci um rapaz que fez questão de caminhar conosco nos contando a história da cidade.
Contou que tinha uma festa folclórica chamada tropeirada, na qual em determinado momento faziam uma luta de facão e no meio da luta surgia uma mulher armada, também com um facão, e ganhava a luta de todos os homens.
Disse que esta mulher representava uma tropeira chamada Jerusa, e que esta história era uma lenda na região.
Me deu um livro chamado, Juazeiro visto pelas crianças.
Ele era membro da maçonaria, e nos contou que em uma das salas da loja maçônica, havia uma placa em homenagem a está mulher chamada Jerusa.
Enfim tudo bastante misterioso.
Para mim e para a Madalena nada mais surpreendia. Ouvíamos como se tudo fosse normal.
A Jerusa dentro de mim, manifestou o desejo de trazer uma carranca, assim saímos em busca de escolher uma que pudesse voltar conosco para de São Paulo.
Encontramos um escultor chamado Severino e no ateliê dele várias carrancas.
A Jerusa escolheu a maior delas.
A partir dai tinhamos uma questão para resolver, porque a carranca não cabia no Fiat, para levanta- la precisava varias pessoas, então teríamos que despachar.
Enfim, quando conseguimos resolver já era noite mais uma vez.
Voltamos ao hotel, tomamos banho, saímos para comer e desta vez fomos a um pequeno restaurante e finalmente conseguimos conversar um pouco sobre os dias incríveis que estávamos vivendo.
Dormi um sono mais tranquilo e novamente quando o dia amanheceu eu já estava acordada.
Depois do café da manhã saímos já com as malas no carro.
Eu sentia que tinha feito o que precisava ser feito e agora poderíamos seguir até Salvador, onde eu iria realizar meu recolhimento na roça de Candomblé da mãe Pimpinha.
Pela última vez naquela viagem desci até a beira do rio, e agora o que eu via era o que estava realmente ali. As casas, a ponte, eu sabia que estava na hora de seguir viagem, mas havia um desejo de ficar um pouco mais.
Como a Madalena estava com os mesmos desejos que eu, resolvemos caminhar um pouco por aqueles lugares onde os pés humanos da Jerusa um dia pisaram.
Olhamos com nossos olhos humanos e objetivos, os lugares que no dia anterior havíamos visto uma uma forma totalmente diferente da realidade atual, visto que no dia anterior estávamos inseridas em outro momento.
Ancorado ao lado do rio havia um barco restaurante, almoçamos ali, olhando para o Rio São Francisco e nos despedindo dele…