A formatura da Juliana estava se aproximando e já estávamos combinando a comemoração.
Nesse período, sem que eu conseguisse entender, o Amauri começou a implicar com absolutamente tudo, não concordava com nada que eu fizesse ou sugerisse, eram brigas e mais brigas sem motivo.
Eu estava trabalhando muito, como sempre, e estava ficando cada dia mais difícil controlar a situação.
O cansaço físico juntamente com o cansaço emocional, estava me deixando estressada como nunca visto.
Foi justamente nessa época que surgiu uma novidade no país, o cartão de crédito.
Não se falava de outra coisa. A partir daquele momento, não iríamos mais precisar de cheque, com um pequeno cartão plástico, poderíamos fazer operações bancárias como retirar dinheiro, apenas apresentando o cartão e um documento.
Era uma novidade incrível que em outros países já era comum.
As moças muito bem vestidas, na maioria das vezes com tailleurs muito bem modelados, ficavam nas agências bancárias oferecendo os cartões para os clientes.
Não lembro bem, mas se não me engano era preciso pagar uma taxa para ter o cartão, e essas moças recebiam comissão por isso.
Enfim, meu olhar parou nas roupas das moças. Pensei que meu ateliê poderia fazê-las.
A empresa de cartão chamava-se Credicard.
Procurei e encontrei o departamento de compras da Credicard e consegui marcar uma reunião.
Durante todo esse processo, o Amauri continuava agindo de uma maneira irreconhecível. Já estava implicando e brigando com a mamãe e com as crianças. Eu tinha a impressão que ele tentava me provocar, e cada vez entendia menos o que estava ocorrendo.
Chegou o baile de formatura da Juliana e por mais que eu tentasse disfarçar, as pessoas perceberam o quanto estava desagradável a nossa situação, ao ponto de me desculpar com a Juliana e ir embora para casa…