Não tínhamos um engenheiro para nos auxiliar, assim o André me ajudou a elaborar um mapa, de acordo com a imagem que eu tinha na cabeça.
Até hoje este mapa simples feito por mim e pelo André existe e ajuda a sinalizar as cotas.
O mapa não servia para os operadores das máquinas, então, era normal eu caminhar na frente ou até mesmo em cima das máquinas, para mostrar a direção que deviam seguir e assim abrir as passagens.
Alguns eucaliptos eram derrubados e ficavam enroscado nos barrancos juntamente com grandes pedras.
Ao perceber o risco que havia dessas pedras e árvores deslizarem com as chuvas e cair sobre alguém, começamos eu, o Luiz e o Chixa a tentar retira-los. Mas era um trabalho muito pesado e o acesso difícil, as máquinas não conseguiam chegar até o ponto necessário para remoção, então, contratei uma parelha de bois para desloca-los até onde pudessem ser alcançados.
Era lindo ver os bois trabalhando e a forma que o dono os tratava. Eles tinham horário para descanso e uma quantidade de horas por dia para trabalhar para não cansa-los.
O nome deles era Rochedo e Lembrado, e entendiam tudo que o dono falava, atendiam aos comandos e caminhavam juntinho dividindo o peso da carga.
Eram mansos e pareciam amorosos, talvez por serem tratados com muito amor.
Emocionava vê-los na lida e ouvir a voz do comando do dono deles: – vai Rochedo, vai Lembradoooo.
Eu administrava aquela obra toda com a ajuda do plano espiritual, porque verdadeiramente, eu não tinha conhecimento tampouco força física para tudo que realizava. Subia e descia morros olhando o trabalho numa media de catorze vezes ao dia, carregava mourões e pedras nas costas ou no carrinho de mão, tudo muito pesado.
Ao final do dia, com o corpo doendo por todos os lados, tomava um banho e me deitava na rede feliz com o resultado daquele dia de trabalho.
A paisagem estava se transformando, e o nosso cantinho estava ficando cada vez mais visível…