Em uma outra tarde, dando continuidade ao trabalho de abrir o mato juntamente com o Celemias e a Zeza, olhei para baixo e vi uma cobra subindo no meu pé.
Pedi que não fizessem nenhum movimento, esperei que ela terminasse de passar e saísse de cima do meu pé. Assim que isto a conteceu, eu a ergui na lâmina da foice.
Como a minha filha Carolina estava no acampamento e me lembrei que ela havia dito que tinha vontade de ver uma cobra viva, fui caminhando em direção ao acampamento levando a cobra viva e pendurada na foice.
Ao chegar próximo da casinha sede, observei que a cobra estava cheia de lama e mais parecendo um pedaço de pau do que cobra. Foi quando resolvi láva-la antes de mostrar para a Carol, então, desviei meu rumo em direção a uma bica d’água que havíamos improvisado algum tempo antes.
Exatamente onde estava a bica d’água, um senhor que acabara de descarregar pedras para nossas obras, olhou para mim com a nota fiscal na mão dizendo: – Precisa assinar, e em seguida com um grito disse: – É uma cobra e está viva. Eu respondi: – Sim, é uma cobra e está viva.
Ele pulando para trás aínda perguntou: – O que vai fazer com ela?
Eu tranquilamente respondi: – Está muito suja, vou lava-la para depois mostrar para minha filha.
Ele enfiou a nota no bolso e foi embora apressado, dizendo que não precisava assinar mais nada.
Algum tempo depois, alguém nós disse que na cidade estavam dizendo que eu além de mudar as montanhas de lugar, dava banho nas cobras…