Demos início a construção da minha casa.
Para economizar ajudei a carregar material, assentar tijolos, concretar o terraço, pintei e envernizei teto, as paredes… enfim, tudo que eu conseguisse realizar.
A casa hoje é onde mora o Nei e a Alessandra.
Estava muito feliz, mas quando a casa ficou totalmente pronta fui tomada por um sentimento estranho.
Como sair do acampamento e ir morar no alto do morro em uma casa e deixar os outros no acampamento?
Era tudo confuso dentro do meu peito.
Queria sim mudar para a casa, mas meu coração queria ficar no acampamento, havíamos criado uma relação tão próxima nas barracas que mudar para a casa era como abandonar a tribo. Por conta desta dualidade fiquei adiando a mudança.
Em um determinado final de semana e com a ajuda de todos, mudei para a casa no alto da montanha.
Na verdade a casa estava localizada no meio e não no topo, bem perto do acampamento, mas parecia que estava muito longe para meu coração.
A Vig estava morando na barraca já a algum tempo e eu ficava pensando nela lá no acampamento com medo de ratos, pensava na Roberta na barraca azul, na Li na barraca com jardim… e era impressionante o que meu sentimento torcia dentro do meu peito confundindo minha cabeca.
Ate que entendi que estava me sentindo culpada por ter conseguido fazer minha casa e eles aínda não.
Era como se eu só conseguisse me acalmar e curtir minha conquista, se todos já tivessem alcançado sua casa também…