Enfim, o médico chegou, chefe da oncologia do Hospital São Camilo, na Pompéia, onde eu estava internada e sendo bem cuidada.
Ele era miúdo magro e muito jovem. Olhei para ele e seu sorriso me fez muito bem.
Ele espalhou aquela quantidade imensa de exames sobre o sofá do acompanhante e enquanto ouvia meu relato olhava atentamente para eles.
Perguntou sobre tudo desde o início, fez um comentário sobre eu ter feito fisioterapia tendo em vista a fragilidade dos ossos.
Ele ficou no quarto durante aproximadamente duas horas.
Ao final, explicou que no meu caso teria que ser um tratamento em três etapas: primeira etapa, receber uma quimio internada, depois uma preparação com exames e medicação e por último, um transplante de medula.
Que seria difícil, mas não impossível, que iria destruir tudo de ruim e de bom no meu organismo e que depois seria reconstruído, seria como morrer e renascer.
Por fim perguntou se eu teria coragem de enfrentar o tratamento, se eu deixaria ele me cuidar. Eu respondi imediatamente que sim.
Ele disse: então se você tem coragem de me deixar cuidar de você e eu tenho coragem de realizar, então temos um acordo, pegou na minha mão num gesto que entendi que estaria comigo para o que precisasse e chorei emocionada, como choro novamente neste momento ao relembrar do seu aperto de mão…