Eu ficava mais ou menos vinte dias no hospital e uns quatro em casa, voltando em seguida para o hospital.
Certa vez o Dr. Luiz permitiu que eu saísse sem alta do hospital, só para dormir uma noite em casa e voltar no dia seguinte de manhã.
A Paty sempre me acompanhando e com isto fomos construindo uma relação tão próxima que ela adivinhava até meu pensamento.
Neste período, de tanto morar no hospital, descobri que dava para fazer reunião pelo computador e foi muito útil.
Fiz várias reuniões com as pessoas da Ordem, sobre vários assuntos, porque tinha que deixar tudo preparado caso eu fizesse a passagem.
Ficou tudo bem organizado, apesar de ter emocionalmente um abalo em muitos, as coisas estavam funcionando, mesmo comigo distante.
Eu estava fisicamente muito fraca, meus músculos praticamente não existiam, eu já não conseguia andar direito, me segurava nas paredes ou em alguém.
Precisava fazer um exame (cintilografia), que também nunca tinha feito e ficou decidido que o Tuco ia me levar, porque se eu não aguentasse caminhar, ele tinha força para me carregar, já havia feito isto várias vezes naquele período.
Chegando no local, ele precisou me levar no colo até a sala de espera e lá chegando, eu não conseguia ficar sentada.
Indicaram uma maca, na qual ele me deitou para esperar mais confortável.
Quinze minutos depois vieram me buscar e me levaram para dentro de uma sala onde em cima da porta estava escrito, sala dos injetados. Um rapaz com roupa de astronauta trouxe um recipiente de chumbo e injetou o que estava lá dentro na minha veia, que já estava com um acesso.
Depois saiu, me deixando só e com muita náusea.
Algum tempo depois fui colocada numa máquina que parecia um forno. Fui virada de muitos lados e por fim, dispensada.
Eu estava tão fraca e me sentindo tão mal que nem sentada estava bem, novamente o Tuco me carregou no colo e deitou no banco de trás do carro.
Quando estávamos indo para casa, ele lembrou que precisava comprar frutas para mim e como não queria me deixar sozinha, entrou no estacionamento do mercado e pediu ao segurança que cuidasse de mim e foi rapidamente comprar as frutas.
Com dificuldade chegamos em casa e ele me colocou na cama com um suspiro de alívio…