A partir daí o Amauri passou a fazer parte da minha vida, era oficialmente meu namorado.
Nos encontrávamos sempre com seus amigos e suas namoradas, que viviam sendo trocadas, a cada hora era uma diferente.
Frequentávamos restaurante, cinema, teatro. Naquela época não dividíamos as contas, então não me sentia constrangida por não poder pagar. Ele não comentava o fato, conhecia a minha situação financeira.
Quase todo domingo almoçávamos com a mãe e o pai dele em bons restaurantes.
O padrão de vida que ele e sua família tinham, era bem diferente da minha realidade, assim fui me adaptando, sempre agradecida.
A Dona Odila (assim se chamava a mãe dele), costumava nas tardes de domingo, levar material para a confecção de flores, na casa de pessoas que moravam na região de Itaquera e Guaianáses.
Famílias inteiras trabalhavam em casa confeccionando as flores, e nessas ocasiões ela aproveitava para recolher as flores prontas, que era a produção da semana.
Eu e o Amauri na maioria das vezes íamos junto, ajudávamos a contar a produção, colocávamos no carro, entre outras coisas.
Certo dia enquanto almoçava na casa da Dida, eu relatava estes fatos elogiando a Dona Odila quando percebi no tom da Dida, ela estava enciumada e passei a tomar cuidado para não ferir este sentimento.
O irmão do Amauri, Arnaldo, era mimado, e talvez por isto eu percebia nele um tom de superioridade.
Em alguns momentos pensei que era comigo em função da minha condição financeira, mas percebia que ele tinha a mesma postura também com outras pessoas.
Nunca deixei este fato me abalar ou me sentir inferior.
Quando levei o Amauri para conhecer a Dida foi impressionante, os palavrões em meio ao diálogo, fazia com que ele parecesse ter sido criado por ela e não pela Dona Odila.
Resultado, se entenderam muito bem e uma grande amizade surgiu entre os dois….