Saímos bem cedo em direção a Ivaiporã no estado do Paraná.
Ao passarmos pela cidade de Assis, quase na divisa do estado, resolvemos parar para um café.
O senhor que nos serviu perguntou para onde íamos e nos avisou que o ônibus que chegara de Londrina, trouxe a informação de que chovia muito na direção que seguíamos e que perto da cidade de Uraí estava muito difícil de passar, poucos conseguiam.
O Amauri não conhecia aquela realidade e não demonstrou preocupação, sobre a conversa.
Quando perguntei se não seria melhor ficarmos em algum hotel, até termos notícias sobre as estradas, ele riu e disse que preferia continuar e assim fizemos.
Alguns quilômetros a frente, entramos na região onde estava chovendo.
Seguimos algumas horas pela estrada asfaltada, sempre com chuva forte nos acompanhando. Já estávamos nos aproximando da cidade de Rancho Alegre, quando lembrei que nunca mais voltara naquele lugar.
A lembrança de tudo que vivera ali, tomou minha mente e meu coração.
Senti uma imensa emoção em voltar, mesmo que apenas de passagem. Nem sequer entraríamos no centro, apenas passaríamos pela estrada que cortava a lateral da pequena cidade, mas era o lugar em que eu fora feliz.
Estava em meio a estes pensamentos e sentimento quando ao passar por um posto da polícia rodoviária fomos parados por um policial.
Ele nos informou que a frente, estava interditado em função da lama. Disse também que os motoristas que se aventuraram, estavam atolados e não iriam conseguir sair até que as chuvas parassem e a estrada estivesse seca, isso iria demorar no minimo dois dias.
Nos aconselhou a voltar ou tomar um desvio por Londrina, era muito mais longe, mas a estrada era asfaltada até bem próximo de Ivaiporã.
Eu estava tão perto de Rancho Alegre e da minha vida vivida ali e fui desviada pela chuva, perdendo assim a única oportunidade que surgira de sentir a energia do meu chão amado.
Foi com lagrimas nos olhos que vi o Amauri fazer a volta pela estrada, em busca do desvio…