O Dr. Luiz Kulay foi uma pessoa tão importante nas nossas vidas, que não dá para simplesmente chama-lo de amigo.
Ele foi um anjo, um ser enviado por Deus para salvar a mamãe, principalmente das dores físicas que ela sofria naquele período.
Não poderíamos oferecer a ela o atendimento que recebeu, ele encontrou uma forma para não termos que pagar nada, mesmo não tendo plano de saúde.
A posição que ele ocupava e a forma que era respeitado, possibilitou a internação, cirurgia, e até o atendimento pós operatório.
Mantive contato com ele e realizamos trabalhos voluntários juntos, até seu falecimento.
E impossível escrever sobre o que a mamãe sofreu naquele período, sem que meus olhos se encham de lágrimas.
Ainda teríamos mais pela frente.
Ela precisava fazer radioterapia, e para isso teria que ir semanalmente a um hospital em Santana.
Os efeitos colaterais não seriam poucos e o preço a pagar bem grande, assim cada um ajudou como pode para realizarmos o tratamento.
O Filemar e o Amauri também ajudaram financeiramente.
Uma das vezes quando voltávamos do hospital, a mamãe disse que achava que estávamos sendo enganados, porque ela não via nada acontecer. Que era colocada sobre uma maca, focavam uma luzinha sobre a barriga dela e ali ela ficava.
Tentei explicar que esse era o processo, que aquela luzinha era como um raio direcionado que atravessava o corpo, atingindo o lugar a ser tratado.
Percebi que por mais que tentasse, ela não acreditava naquilo e muito menos eu, conseguia explicar.
Como eu também não entendia, disse a ela que a prova de que alguma coisa acontecia eram as manchas que ficavam na pele, os chamados efeitos colaterais.
Voltamos várias vezes neste assunto ao longo do tratamento, até que virou piada entre nós.
Ela não acreditava que sem toque humano, cortes e curativos, poderia ser tratada uma doença física.
Enfim tudo terminou. E ela ficou livre do tratamento e do câncer.
Festejamos muito e quando ela estava fortalecida, voltou para a cidade de Marília e para sua vida.