Passou o dia das mães e como previsto, o movimento da loja diminuiu atingindo um ritmo normal, mas ainda surpreendente.
Pela experiência vivida fomos aperfeiçoando o atendimento, melhorando o estoque de peças decorativas e ainda contratamos uma garota, a Ana Maria.
O Amauri descobriu uma fábrica de peças em pedra sabão, conheceu um rapaz que fazia um trabalho lindo em ferro, Reno era o nome dele, enfim a loja a cada dia comprovava seu sucesso.
Eu apesar de ter investido o dinheiro que recebera da Star Up, me comportava de maneira a não provocar o mau humor do Sr. Angelo.
Eu apesar de ter investido o dinheiro que recebera da Star Up, me comportava de maneira a não provocar o mau humor do Sr. Angelo.
No final do dia eu acertava o caixa com a Dona Odila e não perguntava se iria receber porcentagem, salário ou comissão, confiava nela e me sentia como sócia.
Tinha orgulho de ter chegado até ali, sentia que era apenas o início do meu futuro, tratava a Ana Maria com respeito e procurava conversar quando alguma coisa não estava da forma ideal.
Enfim, estávamos próximos de completar o primeiro mês de inauguração da La Papaverina, quando o Amauri me perguntou se eu concordava em firmar nosso noivado.
Surpresa perguntei porque estava decidindo isso, visto que sempre demonstrara pouca importância e até mesmo um sentimento de rejeição a ideia, quando porventura o assunto surgia.
Com a irreverência que lhe era peculiar, disse que isso faria com que Dona Odila parasse de pressioná-lo.
Naquela época moça direita tinha que namorar, noivar e casar para não ficar falada, e eu sem estar noiva, dormia algumas vezes na casa do Amauri, isso estava deixando a Dona Odila constrangida diante da familia.
Para mim também não fazia diferença ter ou não aliança no dedo, importava sim o que estávamos vivendo, nosso negócio, nossa sociedade.
Um mês de realização e fomos comemorar em uma pizzaria.
Aproveitamos e colocamos a aliança de noivado, mas assim que colocou no dedo o Amauri tirou, entregou a mim dizendo para eu guardar. Ele com clareza e honestidade disse que não usaria.
Não perguntei o motivo, não me importava, para a familia ele disse que não usava jóia, que tinha uma espécie de alergia. Eu sim continuei com a aliança no dedo e ele gostava disso.
Era o nosso jeito de ser, de estarmos juntos nos relacionarmos.
Na segunda-feira a Ana Maria trouxe uma câmera fotográfica e tirou uma foto minha no balcão da loja que eu conquistara, na foto ficou registrada minha pouca idade, a aliança no dedo e o orgulho no meu rosto ingênuo…