Chegamos em Araruama e descobrimos que o camping estava lotado, logo não tínhamos lugar para montar nossa barraca.
O responsável sugeriu que nos instalássemos na praia, bem perto do portão de entrada, assim ficaria fácil o acesso para utilizarmos a estrutura do camping.
Não gostamos muito da ideia, mas era tarde para seguirmos viagem, então acabamos decidindo aceitar a oferta. Até porque havia a possibilidade de alguém levantar acampamento, o que nos possibilitaria a troca de lugar..
Por sorte, tinha uma figueira com grandes galhos que nos proporcionou uma sombra boa, e no final nos vimos muito bem acomodados.
No dia seguinte quando acordamos ficamos surpresos, tínhamos muitos vizinhos, a praia estava repleta de barracas já montadas, a ponto de termos estirantes de uma delas na entrada da nossa cozinha.
Rimos da situação e decidimos ficar mais dois dias para ver o que aconteceria, afinal não tínhamos compromisso com ninguém.
Estendi a toalha na areia e deitei-me olhando o céu limpo, sem nuvens, agradecendo a Deus pela vida.
O Amauri que havia se deitado ao meu lado, rapidamente adormeceu.
Eu estava naquele estado contemplativo, quando um homem alto apareceu no meu campo de visão, vestia uma túnica cor de terra em tecido rústico.
Aquela figura não combinava absolutamente em nada com o lugar.
Sentei- me na areia para me certificar que não estava dormindo e sonhando.
Mas tudo estava absolutamente igual. As pessoas de roupa de banho, as barracas, o Amauri dormindo e aquele homem ali, em pé ao meu lado.
Perguntei mentalmente o que ele queria e a resposta foi que eu deveria sair daquele lugar.
Antes que eu pudesse entender melhor o que significava aquela mensagem, o Amauri acordou suando e reclamando do calor.
Sem pensar, perguntei o que ele achava de desmontarmos a barraca e procuramos um lugar melhor.
Ele concordou prontamente, e sugeriu seguirmos viagem até Cabo Frio e ficarmos lá até o final, como havíamos programado antes de sairmos de São Paulo.
E assim, levantamos acampamento e seguimos em direção a Cabo Frio….