A Nenem trouxe o André e o Daniel para junto dela, o Amauri pegou a Juliana pelos braços e a levou também para perto dela.
Eu, o Filemar e o Amauri nos separamos, um para cada lado procurando pelo menino.
A praia estava cheia, e as crianças pareciam todas iguais vestidas com roupas de banho.
Quando eu perguntava para as pessoas se haviam visto um garotinho de mais ou menos sete anos vestido com uma sunga escura, era visível a confusão no rosto delas, era quase dizer, como?
Eu olhava para a imensidão do mar e tremia com o pensamento que teimava em vir.
Enquanto o tempo ia passando eu rezava e a angustia aumentava.
Encontrei o Amauri e o Filemar desesperados quando voltei para o lugar onde a Nenem ficara com as crianças.
Eles já haviam acionado os salva-vidas no posto policial, que já estavam procurando no mar, porque em terra não encontraram.
Resolvemos que o mais correto era a Nenem voltar para o apartamento com as três crianças e nós continuaríamos na praia procurando.
Já eram três horas da tarde e o sol saíra com toda a força.
Vesti uma camiseta para me proteger e continuei a caminhar procurando.
Não tinha como me comunicar com o Filemar e o Amauri, mas vez ou outra nos encontrávamos no posto policial quando eu ia buscar informação.
Em uma das vezes, observei que as costas do Amauri estava muito vermelha, mas a cabeça estava tão cheia de preocupação que não disse nada a ele sobre isso.
O dia estava chegando ao fim e nossas esperanças também.
O Filemar se ajoelhou diante do mar e não conseguiu segurar mais, chorou desesperadamente enquanto dizia: o que vou dizer aos pais dele?
Olhei para o mar entrei em transe.
Vi uma construção como uma muralha e canhões, voltando do transe corri até o posto policial.
Descrevi a visão que tivera, mas sem conseguir explicar o que ocorrera. Por fim e por Deus, eles entenderam que alguém disse ter visto o menino perto do forte.
Eu não sabia de que forte eles falavam, um deles argumentou que seria impossível porque o forte era muito longe dali, enquanto o outro passava um radio para o posto mais próximo do forte.
Algum tempo depois receberam um radio de volta, encontraram o menino apesar de parecer impossível ele ter andado até tão longe.
Estava perambulando nas pedras em volta do forte, que fica no final da praia do boqueirão na Praia Grande e ele sumira próximo a Cidade Ocian, a uma distância de mais ou menos 8km.
Já eram sete horas da noite quando o policial o entregou nos braços do Filemar, foi um dos dias terríveis da minha vida, e que ainda não terminara….