As 22 horas mais ou menos, todos tínhamos conseguido tomar banho e comer alguma coisa.
O sobrinho do Filemar estava ainda muito assustado e cansado, caminhara demais enquanto estivera perdido na praia, já todos nós, abalados com o dia terrível que havíamos vivido.
Como minhas costas estavam ardendo muito, passei pasta d’água e perguntei ao Amauri se queria também, visto que ao tomar banho ele reclamara que suas costas e braços estavam vermelhas e ardendo. Ele caminhara o dia todo pela praia sem camisa.
A Juliana estava chorosa e percebi que em seu braço a pele estava levantando como se fosse surgir varias bolhinhas.
Eu e a Nenem passamos também pasta d’água no braço dela e ficamos observando.
Como minhas costas estavam ardendo demais, pedi para a Nenem que desse uma olhada, ela disse que próximo do pescoço estava levantando bolhas, o que nos deixou apreensivas, mas como éramos muito acostumadas com sol, praia e até queimaduras, não criamos pânico.
Já as bolhinhas do braço da Juliana estavam controladas.
Era próximo da meia noite quando me dei conta que o Amauri estava a muito tempo largado no sofá e muito quieto.
Coloquei a mão nele e percebi que estava ardendo em febre.
Ele não conseguia atender ao nosso chamado para que se sentasse, o Filemar levantou-o com dificuldade e conseguiu olhar suas costas. Estavam se formando bolhas gigantes, ele logo começou a gemer de dor, enquanto tentávamos acomoda-lo.
Isso nos fez tomar uma decisão, iríamos ao pronto socorro.
A Nenem ficou com os meninos e o Filemar levou o Amauri , a Juliana e a mim ao pronto socorro.
Fomos atendidos e contei ao medico o que ocorrera.
Quando ele me perguntou se havíamos usado algum produto, lembrei-me do óleo com meladinini.
Ele nos relatou que aquela receita estava matando pessoas naquele verão e que se não fossemos rápido ao hospital da Praia Grande, o Amauri poderia ser mais uma vitima.
Liberou a Juliana e disse que eu e o Amauri precisávamos de internação, no caso dele com urgência.
No pronto socorro não havia uma ambulância e o Amauri não poderia mais esperar, assim o Filemar levou a Juliana até o apartamento, explicou a Nenem rapidamente o que estava ocorrendo e deixou-a com as quatro crianças.
Em seguida levou eu e o Amauri ao hospital na Praia Grande, já não me lembro mais o nome do hospital…..