Eu não suportava mais a saudade da Juliana, sabia que estava bem e isso me acalmava, mas não eliminava a saudade.
Recebemos novamente a visita da Tia Norma, desta vez ela veio acompanhada da Dona Odila, que chorou ao ver o Amauri naquela situação.
Já o Sr. Angelo que também viera, me chamou no corredor e me acusou de tentar matar o Amauri, disse que eu queria que ele morresse para ficar com o dinheiro da família entre outras coisas.
Eu estava emocionalmente frágil demais para ter qualquer reação, fiquei ouvindo as acusações absurdas até que a Dona Odila abriu a porta e veio em meu auxilio, me libertando daquela situação.
O Arnaldo também veio mais de uma vez nos visitar. Em uma dessas vezes, o médico havia marcado para cortar as bolhas, tanto as minhas quanto as do Amauri, e o Arnaldo resolveu ficar e assistir.
O Médico trouxe os instrumentos e uma enfermeira para auxiliar, tudo seria realizado ali no quarto mesmo.
Primeiro as minhas.
Recortou as bolhas bem rente de onde a pele estava saudável e grudada. Quando tirou fora as sobras, senti um líquido quente escorrer de dentro delas, não havia dor, apenas uma sensação estranha.
Ele mostrou ao Arnaldo, explicando que não cortavam as bolhas antes para evitar dores e infecções, já que a própria pele levantada em forma de bolha, era usada como proteção enquanto o organismo se refazia em baixo dela.
Depois disso ele colocou o Amauri em pé e começou o procedimento.
Não tem como explicar, ele tirou uma camisa de pele das costas e braços. Fez questão de tirar a pele inteira e abrir para que pudéssemos ver.
A quantidade de líquido que estava acumulada dentro da bolha gigantesca, molhou o chão respingando nas pernas e sapatos do médico.
No dia seguinte, com todas as recomendações médicas e receita na mão, tivemos a tão desejada alta e saímos em direção a São Paulo, em direção a nossa vida.
Eu fui dirigindo e procurava me conter para não correr mais do que o permitido, a saudade era grande demais…….