A Juliana estava linda.
Sentava, ria, fazia careta, mandava beijo, todas aquelas gracinhas que os bebês fazem, e eu, completamente apaixonada por ela.
O pediatra Dr. Salim, elogiava a forma como ela era cuidada. O quanto estava bem em relação a peso e altura, tudo dentro da normalidade.
Para um prematuro que nascera com tantos problemas, era um milagre, e eu me sentia orgulhosa com tantos elogios, mas não contava a ele que era obsessiva por ela.
Ela impressionava.
Aos oito meses já andava e começou a falar algumas palavras. Eu observava sua evolução e refletia o quanto ela parecia ter pressa de viver.
Seu olhar era profundo e sempre com um brilho de felicidade, como está registrado nas fotos publicadas.
Resolvi que no aniversário de um ano do nascimento dela, faria uma festa inesquecível, onde iria celebrar a benção de ter minha filhinha, iria com orgulho mostrar a todos os amigos o quanto estava agradecida a Deus.
Foram meses de trabalho para organizar a festa, fiz questão de produzir todos os enfeites.
A noite, espalhava o material sobre a mesa e ficava trabalhando até o sono me vencer.
Me sentia feliz e orgulhosa, uma vencedora.
A Dona Odila fez a meu pedido, margaridas brancas de tecido.
O Amauri fotografou o rostinho da Juliana que foi recortado em forma de circulo e colado no centro das margaridas, coloquei também cabos de arame recobertos de crepom verde e no final, olhei para a flor com o rostinho da minha filhinha e chorei de emoção.
Aquela flor simbolizava o desenvolvimento dela
Cada convidado, recebeu a Juliana em forma de flor, era o convite para a festa de um aninho da minha guerreira.