Eu havia combinado com a Florisa de ir até Ivaiporã ver o Rolando e o Amauri resolveu ir com a gente.
O Rolando não estava bem, diante disso a Florisa decidiu ficar um tempo com ele e não voltou conosco para São Paulo.
Eu agradeci a Deus pelo fato do Amauri estar comigo, dirigir, 800 km só com a Juliana seria correr risco, afinal, eu já estava com 8 meses de gravidez.
A viagem foi tranquila e quando nos aproximávamos da cidade de São Paulo, o céu dava os primeiros sinais do amanhecer e uma forte neblina cobria a estrada forçando o Amauri a reduzir a velocidade.
Senti tontura e uma forte dor nas costas, me ajeitei no banco imaginando que a longa viajem havia provocado tal dor.
Olhei para o banco de trás onde a Juliana dormia tranquilamente.
Quando estávamos passando pelo último posto policial senti novamente dor, só que agora na barriga bem próximo da virilha.
Aquilo tudo era muito familiar, então disse para o Amauri que alguma coisa estava acontecendo e que deveríamos ir direto para o hospital ao invés de irmos para casa.
Quando chegamos ao Hospital Santa Joana, eu havia entrado em trabalho de parto e imediatamente fui internada.
O médico de plantão pediu que avisasse meu médico.
Liberou o Amauri para ir para casa levar a Juliana, ela iria ficar com a Dona Odila já que não tínhamos a menor idéia de quanto tempo iríamos nos demorar.
Algumas horas depois a bolsa rompeu e nasceu uma menina linda.
Minha filhinha Carolina, presente de Deus, prematura, nascerá de oito meses, peso 3.100kg, saudável, sem nenhum problema, olhos claros iguais aos do meu pai e do Sr. Angelo, cabelo liso e em grande quantidade.
Me senti realizada, tudo que não vivera no nascimento da Juliana, agora eu estava experimentando.
Pude vê-la logo após ao nascimento, recebi visitas no hospital, muitas visitas, ganhei flores, todos podiam pegá-la, enfim, felicidade e segurança total.
O Amauri trouxe a Juliana para visitar a irmãzinha e foi emocionante, a Juliana com a ajuda do Amauri pegou a Carolina no colo e não queria mais largar, como se fosse uma boneca. Emocionante demais, eu só chorava agradecendo a Deus e tentando me redimir por ter brigado com ele.
Eu estava em paz com Deus, com a vida, com minha família, comigo mesma…..