Fui procurada por uma pessoa que pedia orçamentos de jardinagem para escritórios de uma grande empresa.
Ele me informou que seria aberta uma concorrência e o melhor projeto e orçamento seria aprovado.
Eu nunca ouvira falar em concorrência, portanto nada conhecia a respeito, mas rapidamente me informei com outras pessoas e resolvi participar.
Eu pensava que com a pouca experiência que tinha, seria muito atrevimento minha participação, mas por outro lado, pensava que não tinha nada a perder, já que na pior das hipóteses eu iria aprender alguma coisa.
Assim, com a coragem que era parte da minha personalidade, dei início ao projeto.
Levei meus parceiros para analisar o local, eram jardins em terraços no fundo das salas dos escritórios, um em cada andar.
O paisagista era muito bom em desenho e foi ilustrando as minhas ideias, o jardineiro conferia se as plantas que eu escolhia eram indicadas para o local e assim depois de quinze dias de trabalho intenso, o projeto estava pronto com ilustrações, nome e fotos das plantas sugeridas e preço (quase sem lucro), já que eu considerava lucro o que retornaria como conhecimento e experiência naquele mundo desconhecido para mim.
Estava animada.
No dia marcado fui recebida em uma sala de reunião enorme com uma mesa com lugar para muitas pessoas.
Outros concorrentes também estavam presente, e assim fomos convidados a ocupar os lugares na mesa.
Seis pessoas da empresa já se encontravam sentadas.
Assim como eu, percebi que os concorrentes também não conheciam os representantes da empresa.
Um senhor que pelo sotaque parecia ser alemão, disse que a concorrência era aberta e que as conversas seriam na frente de todos.
Muito tempo depois, descobri que este tipo de concorrência é raro mas justa, visto que todos os concorrentes participavam ao mesmo tempo.
O meu lugar na mesa era bem ao lado do Sr. Alemão, ele iniciou uma série de perguntas dirigidas a mim e eu fui respondendo com tranquilidade.
Em certo momento, uma mulher também com sotaque bem carregado, reclamou dizendo que eu estava polemizando e que as perguntas deviam ser respondidas por todos.
O tom arrogante e agressivo dela não me intimidou, assim tentei argumentar que as perguntas até então haviam sido direcionadas a mim e não ao grupo.
Neste momento ela se alterou e aos gritos disse que seria dela a palavra final, e que eu não inspirava nela confiança de que realizaria um bom trabalho.
Não pensei, simplesmente enrolei o meu projeto, levantei, despedi-me de todos e me retirei.
Quando estava no portão da saída da empresa, fui parada por um segurança que pediu para que eu retornasse a sala de reunião.
Só neste momento me preocupei, não sabia se o que eu fizera era anti-ético, mas resolvi voltar para saber, mas apreensiva……