Estávamos todos muito abalados, mas precisávamos conversar.
Diante do acontecimento de forma tão repentina, tínhamos que resolver algumas coisas importantes.
Falamos de algumas questões práticas e fomos decidindo da melhor maneira possível, o Filemar parecia anestesiado, e foi deixando que resolvessêmos tudo, ele apenas concordava.
A cada momento um de nós iniciava o choro e o outro procurava trazer para o foco, mas quando falamos sobre os meninos, não conseguimos controlar, e nos demos o direito de chorar, todos juntos.
O Filemar viajava muito a trabalho, em função disso a mamãe ficaria muito tempo sozinha com os meninos, e nos preocupava o fato de que ela estava muito frágil emocionalmente.
Estávamos nesse ponto da conversa, quando a mamãe relembrou o pedido da Neném quando ela fora visitá-la no hospital, ela queria que eu e a mamãe cuidássemos dos meninos.
O Amauri disse que achava que todos deveriam ir conosco para São Paulo ficar na nossa casa em Arujá, depois decidiríamos juntos e com calma os próximos passos.
Como estávamos todos muito cansados, concordamos.
Ficou combinado que dormiríamos na casa do Filemar e no dia seguinte iríamos embora.
Os meninos começaram a perguntar pela mãe, e esse foi um dos vários momentos terríveis que estávamos começando a viver.
Ninguém conseguiu dormir aquela noite verdadeiramente, de vez em quando um cochilava vencido pelo cansaço, mas acordava em seguida como de um pesadelo que teimava em não ter fim.
Quando o dia amanheceu e estávamos prontos para sair, percebemos que o Filemar não estava em casa.
Ele apareceu depois de um tempo com a camisa totalmente aberta, descalço e aos prantos, havia caminhado sem rumo a noite toda.
Decidiu que iria pata Minas Gerais, para a casa de sua mãe, visto que não estava dando conta dos próprios sentimentos.
Respeitamos a decisão dele, arrumamos o pouco que faltava para colocar no carro, e meio apertados seguimos para nossa casa, rumo a São Paulo.
Eu, o Amauri, a mamãe, os dois meninos, a Juliana, a Carolina e a babá …….