Por dias não fui trabalhar. A Carolina estava muito sensível com o que ocorrera, chorava por ter a mão toda enfaixada e com certeza estava doendo, apesar da medicação.
A cada dois dias voltava com ela ao médico, era necessário para refazer os curativos e acompanhar o processo de recuperação .
Por várias vezes durante dia e mesmo a noite, eu energizava em oração para que a mãozinha dela se recuperasse e o dedo amputado se adaptasse a implantação.
A primeira semana ela passou a maior parte do tempo no meu colo, não queria ninguém.
Nós duas não conseguíamos dormir em momento algum, nem de noite, nem durante o dia.
Meu cansaço chegou a um grau, que em uma das noites eu estava em pé com ela no colo, ninando para lhe trazer conforto, quando meus olhos se fecharam e adormeci, em pé mesmo, e fui deixando-a cair devagarinho sobre o tapete, que por sorte era alto e macio.
Apesar de ter tomado um susto, não tinha o que fazer, ela só queria a mim e não era manha.
Graças a Deus a mamãe estava morando comigo nessa época e era de grande ajuda.
Quando a Carolina começou a brincar e tentar tirar os curativos, agradeci a Deus em oração, ela estava melhorando.
Para resumir, todos os dedinhos se recuperaram, inclusive o que fora amputado.
O médico era sempre modesto, dizia não saber como ocorrera aquela cura e que não fora obra dele, até porque não sabia sequer o que fizera.
Em uma das consultas, já no final do tratamento, eu agradeci mais uma vez a ele, disse que na minha visão, ele fora instrumento de um milagre, e ele respondeu: – em nome de Jesus!