A Florisa voltou a falar no centro espírita da amiga e do desejo de ir novamente.
Ela era uma pessoa tão independente, ia a todo lugar sozinha, logo me intrigava o fato dela insistir que eu fosse junto, mesmo eu demonstrando tamanha resistência.
Enfim, resolvi ir novamente.
Combinamos na segunda-feira seguinte e me vi entrando mais uma vez na garagem onde eram realizados os trabalhos.
Não havia chegado ainda ao espaço reservado a nós (a assistência), quando a dor de cabeça se fez presente de maneira insuportável.
Sentei-me no mesmo lugar que havia me sentado anteriormente, e da mesma maneira abaixei a cabeça e fechei os olhos .
Tudo se repetiu. Os toques, os cantos, a aproximação da moça falando como baiana, os gestos e o abraço acolhedor.
A dor desapareceu e eu internamente disse a mim mesma que era mais uma coincidência.
Durante os dias que se seguiram a visita ao centro espírita, observei que não tivera dor de cabeça, percebi que depois da primeira visita ao centro, a dor só havia retornado quando novamente estive lá.
Não falei nada para a Florisa, mas resolvi voltar mais uma vez e me certificar.
Começava a suspeitar que eu estava escondendo de mim mesma alguma questão psicológica, e que lá no meio daquele trabalho eu encontrara uma forma de liberar.
Eu estava mais uma vez analisando minhas questões como se fosse uma psicóloga cientista sem perceber minha arrogância, além do mais, eu estava pisando em um terreno do qual não tinha a menor experiência ou conhecimento.
O fato de ver o mundo invisível e me comunicar com ele não trazia explicações, portanto não entendia o que ocorria. Os livros de psicologia também não ensinavam o mundo paralelo, o que me levava a fazer uma pesquisa na direção errada e no escuro.
Enfim, sem dizer meus motivos, comuniquei a Florisa que iria novamente no centro espírita, a resposta dela foi um sorriso manso e lindo enquanto dizia, vou junto…