Quando saímos em direção ao carro para irmos embora, a Florisa não parava de perguntar sobre o que ocorrera, estava curiosa.
Ela sempre soube que não gosto de ficar me expondo, e eu havia ficado exposta e chamando atenção por um período longo segundo seu relato.
Eu na verdade havia perdido a noção do tempo. Não me dei conta nem do que acontecera, tampouco do tempo que durou, pra falar a verdade, ainda estava meio tonta quando fomos embora.
Diante das perguntas da Florisa, tentei explicar de forma racional e com alguma lógica o que senti, mas na realidade nem eu mesma encontrava uma lógica.
Disse a ela que provavelmente deveria estar com algum sentimento contido e precisando por para fora, e que havia encontrado naquele ambiente o lugar ideal para chorar e extravasar.
Ela não se convenceu deixando isso muito claro, já eu, me convenci menos ainda.
Precisava de um tempo para refletir e analisar muito o que ocorrera para poder chegar a alguma conclusão.
Antes de dormir durante minhas orações, senti uma paz interior que a muito tempo não sentia.
Me enganei achando que teria uma sono agitado, meu sono foi tranquilo e sem a inquietação que era comum nas minhas noites.
Na semana seguinte, fui vestida com uma blusa simples, calça jeans, sem maquiagem e pronta para qualquer coisa, visto que ainda não encontrara uma explicação.
Como poderia chorar daquela maneira descontrolada, e ao mesmo tempo estar preocupada com a maquiagem? Estaria ficando louca?
Confesso que em casa tentei chorar com aquela intensidade.
Procurei por pensamentos e lembranças de momentos tristes, mas mesmo forçando meu choro, nem de longe poderia ser comparado ao que vivera.
Na realidade isso se tornou uma incógnita, pois sei que vivi aquele choro mas não senti, diferente desse provocado pelas lembranças, porque esse eu sentira.
Sem dúvidas, precisava investigar muito…