Minha madrinha se chamava Mariana e morava num sítio muito perto da cidade. Era comum eu fugir de casa para ir à casa dela.
Adorava ficar no terraço (ela chamava de alpendre) sentindo o cheiro doce que vinha da plantação de melão trazido pelo vento brando.
A plantação dava volta em torno da casa, e a uma distância que, na minha visão, parecia muito longe. Os melões tinham a casca esverdeada que brilhava ao sol e, quando abertos, por dentro eram meio alaranjados, deliciosos!
Ela me levava até o ribeirão, onde me ensinava pescar lambari com varas feitas de bambu.
Era benzedeira e me ensinou orações cantadas, as quais já não lembro mais. Quando alguém pedia para cantá-las, eu respondia – “Só canto pro papai e pro padre”. Nunca entendi porque eu dizia isto. Tentei fazer alguma ligação usando o método da Casuloterapia e, mesmo assim, é um mistério para mim.
A minha fuga terminava sempre com o Nino vindo no final da tarde me buscar. Minha mãe nem se preocupava, sabia onde eu havia ido.
Mais um pedacinho de vida para todos nós.
Esse Blog me ajuda a estar diariamente conectada a você minha Mãe! bjs de amor
Tem fuga mais deliciosa que essa? Pra casa da madrinha, com o conhecimento(velado…rs) da mamãe? Lindo, mãe! Como são nas simples historias que encontramos tantas, mas tantas respostas para nossas vidas, quantas memórias veêm dessa simplicidade, não é?!!! Adorei! Amo você!