No domingo eu, a Nana e a Naninha estávamos indo a missa quando novamente ele passou e a Nana disse: – Acho que ele está flertando com você.
Eu sabia que era verdade, mas fingi que não sabia do que ela estava falando, assim ficou uma brincadeira entre as três por um bom tempo, até que tive coragem e perguntei a elas se conheciam ele.
Então eu soube que o apelido dele era formiga e que morava no final da rua da igreja.
Era estranho pensar no primeiro amor da minha vida com o nome de Formiga e prometi a mim que iria dar um jeito de saber o nome verdadeiro dele.
O tempo das chuvas chegou e ficou mais difícil nossos olhares . Eu ficava menos tempo no quintal e com o barro que se formava nas ruas ele não podia sair com a moto.
No Sábado em meio a chuva que teimava em não parar, ouvi o motor da moto dele na minha rua. Peguei o guarda chuva e fui até o portão.
Quando ele me viu, se distraiu, a moto derrapou e ele não conseguiu controlá-la e juntamente com ela caiu em meio a lama.
No impulso, corri até ele para ver se machucara e pela primeira vez ouvi o som da sua voz: – Estou bem não foi nada.
Estávamos no meio da chuva e da lama, eu tremia e percebi que ele também, não sabíamos o que fazer ou falar.
Até que ele teve a atitude de erguer a moto, enquanto com dificuldade me pedia para deixá-la no corredor ao lado da casa, explicando que voltaria quando parasse a chuva para buscá-la.
Eu disse que sim e me encaminhei até o portão do corredor para abri-lo, facilitando a entrada da moto.
Ele me olhou profundamente nos olhos e enquanto a chuva caia ouvi novamente sua voz: – Volto mais tarde.
Ele saiu pela rua enlameada enquanto eu observava de longe seu caminhar com dificuldade pelo barro que grudava em seus pés.
Entrei em casa ainda trêmula e contei para a Florisa o que ocorrera, ela que já andava desconfiada de alguma coisa, não gostou nada do que se apresentava, disse que contaria ao Rolando pedindo para eu o chamasse no armazém e depois que fosse me secar, eu estava ensopada pela chuva…
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