As crianças estavam crescendo e já não davam tanto trabalho, brincavam no quintal e era comum ouvir a Dona Alzira brava porque corriam atrás das galinhas.
Eu voltei a ajudar a Florisa com as costuras, e enquanto costurávamos conversávamos sobre vários assuntos, entre eles tinha um que era a grande novidade do momento, a televisão, que em breve chegaria a cidade.
Não entendia como funcionava, mas diziam que em poucas semanas a cidade poderia ter o tal do cinema em casa.
De fato algumas semanas depois, pudemos pela primeira vez assistir na casa das minhas amigas gêmeas Nana e Naninha a um programa de tv.
Como poucos podiam comprar um aparelho, tornou-se comum as pessoas se reunirem em horários específicos para assistir aos poucos programas que passavam. A maior parte do tempo a tv estava fora do ar.
Eu tinha muita saudade do Nino e do Polaco, desde o nascimento da Jaqueline não os vira mais. Por questões financeiras apenas a mamãe e a Nenem vinham de vez em quando nos visitar, ocasião em que eu aproveitava para contar a elas pensamentos e sentimentos guardados no mais fundo da minha alma.
Em uma destas visitas, minha mãe comentou que sentia tristeza em mim e imaginava que era pelo fim do namoro, apesar de já ter um bom tempo que isto ocorrera…