A casa da Rua dos Donatários ficou na medida ideal para nossa família depois da reforma, conseguimos com que todos ficassem muito bem acomodados.
A vida seguia cheia de atividades e nos adaptávamos de acordo com as necessidades. As crianças estavam na escola, e nós já havíamos conseguido ter um ritmo de vida, quase rotina.
Eu já conseguia desenvolver os trabalhos profissionais e até dar mais atenção ao trabalho com a Dona Elsa.
De vez em quando fazia algumas viagens com ela, e como não tinha celular na época, fiz um acordo com as crianças, em cada lugar que eu parasse e tivesse telefone público eu ligaria dizendo onde estava, e eles marcariam em um grande mapa que coloquei na parede da cozinha, assim saberiam exatamente onde eu estava e poderiam acompanhar toda a viagem olhando para os pontinhos coloridos.
Enquanto eu estava indo era ruim, porque criava a sensação do distanciamento, mas quando fazia a viagem de volta, eles sabiam exatamente o momento da minha chegada.
A mamãe morava comigo o que era uma bênção.
A Florisa e a Jaqueline mudaram para um apartamento na Rua da Mooca bem pertinho, o que me dava ainda mais tranquilidade.
Enfim todos juntos e seguindo a vida.
Em uma dessas pequenas viagens com a Dona Elza, senti uma dor de cabeça fortíssima, tomei vários remédios e ela não passava, mal conseguia abrir os olhos, e como era eu quem dirigia, tivemos que ficar por mais um dia.
A dor de cabeça em um determinado momento passou, como se nunca houvesse estado ali, pensei que quando voltasse deveria procurar um médico, afinal nunca sentira uma dor de cabeça tamanha…