Foram meses de trabalho e muita implicância do Sr. Angelo, que não conseguia entender porque eu tinha que estar dentro do escritório da fábrica olhando tudo.
O Amauri ficou sabendo dos fatos e apesar de não assumir o controle, me deu apoio e ajudou em tudo que podia.
Durante esse período aprendi muito sobre administração, o que não foi difícil pela forma organizada com que administrava minha vida.
Adaptei minhas planilhas pessoais as necessidades da fábrica e com isso me certifiquei que ela era lucrativa, ou seja, em algum lugar havia um ralo.
Fazendo uma vistoria em um porão que existia no fundo da fábrica, achei peças inteiras de tecido cheias de cola, o que fazia com que esses tecidos não pudessem mais ser utilzados.
Conversando com cada funcionário em particular, descobri que a Dona Odila tinha um jeito extremamente rude de lidar com eles, e que o Sr. Angelo era ainda pior. Essa atitude fazia com que cada vez que ficassem com raiva, enchessem os tecidos de cola para estraga-los e depois escondiam no porão.
Não me lembro o quanto de prejuízo apuramos com essa atitude dos funcionários, mas me lembro que era muito tecido estragado, um porão grande e cheio.
Isso sem contar com flores já prontas, arames encapados, pistilos, enfim, muita matéria prima jogada fora.
Passei um final de semana inteiro com o Amauri e mais dois funcionários literalmente dentro do porão, retiramos tanto material estragado que daria para a produção trabalhar por mais seis meses.
Havia descoberto o ralo, mas mesmo assim continuei na minha reorganização.
Quando perguntei sobre os cheques pré-datados recebidos dos clientes, ouvi como resposta que não havia nem um cheque em caixa.
Esta informação não batia com o levantamento que eu havia feito, então insisti em saber quem era a pessoa que guardava os cheques. Foi ai que tudo ficou claro.
A funcionária de confiança da Dona Odila era a responsável pelos cheques, e tinha como hábito fazer os depósitos em sua própria conta corrente.
Isso só veio a confirmar o que escrevi em um dos capítulos anteriores sobre o padrão de vida que ela tinha.
Essa pessoa foi embora da empresa, e essa atitude fez com que várias pessoas que gostavam dela ficassem com raiva de mim.
Já a Dona Odila diante das provas, ficou muito triste e se sentindo culpada por ter confiado e dado tanto poder a uma funcionária.
Aprendi muito com essa experiência, e em consequência dos acontecimentos passei a cooperar ativamente com a administração, que a partir daquele momento estaria sob a responsabilidade do Amauri…
Ansiosa pelo capítulo dessa semana…