Já tínhamos três casas construídas, incluindo a do Clóvis e Salete.
Eles não eram membros da Ordem, mas sempre estiveram juntos e participando das atividades.
Pessoas queridas as quais até hoje tenho contato e por quem tenho grande respeito.
A Ana estava grávida, e quando o Daniel saia em viagem com o caminhão azul ela ficava na minha casa. Eu ficava muito preocupada com ela sozinha na barraca durante a noite.
Estávamos só as duas no sítio fazendo nossos trabalhos, quando ouvimos um mugido de vaca vindo de perto das jabuticabeiras.
Ficamos atentas e o som continuou cada vez mais aflito. Corremos naquela direção e vimos que uma das vacas do sítio vizinho havia caído dentro da piscina e não conseguia sair.
A Ana foi de um lado e eu do outro tentando direciona-la para a escada e assim pudesse sair, mas quanto mais tentávamos mais ela ia em sentido oposto, ou seja, em direção a parte mais funda.
Ficamos muito aflitas porque não havia ninguém para nós ajudar, e a medida que a vaca ficava nervosa mais engolia água, era certo que estava se afogando.
Tentamos gritar para o vizinho dono da vaca, mas ele não ouvia, estava no pasto a uma distância considerável.
Entramos na piscina para tentar direcionar, mas ela era muito pesada e estava se debatendo muito, e tivemos mais uma tentativa frustrada.
Vai morrer afogada, pensei.
Imediatamente o boiadeiro Sebastião incorporou, pegou um galho de árvore e tangendo com sua voz forte conduziu a vaca até a escada fazendo com que ela tocasse o chão com uma das patas. Ela ia escorregando, com muita dificuldade, mas subiu a escadinha da piscina e saiu cansada.
Até hoje tem as marcas das patas dela dentro da piscina.
Quando o vizinho (dono da vaca) chegou, corremos a cerca e encontramos o lugar por onde ela havia feito o buraco que possibilitou a passagem para o nosso lado.
Esta foi mais uma das aventuras vividas no nosso cantinho…